A instalação de câmeras de segurança em ambientes de trabalho é uma prática cada vez mais comum, justificada por motivos como a prevenção de furtos, a garantia da segurança de funcionários e clientes, e até mesmo a melhoria da produtividade.
No entanto, essa medida de segurança não pode ser vista de forma isolada, pois esbarra em um dos direitos mais fundamentais do trabalhador: a sua intimidade.
A Constituição Federal garante a inviolabilidade da intimidade e da vida privada. No contexto do trabalho, isso significa que o empregador não pode usar as câmeras de forma abusiva, violando a dignidade do empregado.
O direito de fiscalizar do empregador encontra limites claros nos direitos individuais do empregado. A videovigilância deve ser utilizada com bom senso e em conformidade com a legislação.
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O videomonitoramento no ambiente de trabalho é permitido, todavia existem regras e limites a serem respeitados. Algumas leis e decisões judiciais nos ajudam a entender melhor o assunto:
O monitoramento é permitido pela jurisprudência brasileira desde que respeitados os direitos fundamentais à privacidade, intimidade, dignidade e liberdade dos trabalhadores (Art. 5º da Constituição Federal).
É proibida a instalação de câmeras em locais de uso pessoal ou íntimo, como banheiros, vestiários e áreas de descanso.
Para além disso, a Lei Geral de Proteção de Dados (13.709/2018) exige que a coleta, armazenamento e uso de imagens ou dados seja informada aos trabalhadores, tenha finalidade legítima (segurança ou controle de acesso, por exemplo), e limite-se ao necessário.
Como a realidade dos espaços e dinâmicas de trabalho variam muito, é importante que os empregadores adotem outras práticas éticas para além do que prevê a legislação. O uso das câmeras deve ser justificado e proporcional à necessidade.
O monitoramento excessivo, oculto, ou para fins intimidatórios ou de constrangimento configura assédio moral e pode ser judicializado.
Da mesma forma, o uso ou armazenamento indevido de imagens e dados obtidos pode gerar sérias consequências legais para os empregadores, como ações coletivas, indenizações por danos morais, bloqueio de dados, fiscalizações e multas.
Em resumo, a instalação de câmeras de segurança é um recurso válido para as empresas, desde que seja feita de forma responsável e transparente. O empregador que ultrapassa os limites da fiscalização e invade a intimidade do trabalhador pode ser responsabilizado judicialmente.
O equilíbrio entre a segurança da empresa e a dignidade do empregado é o caminho para um ambiente de trabalho justo e respeitoso.
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